Apertando o cerco: Brasil corta crédito para madeireiros ilegais

MATO GROSSO, Brasil. Com multas por desmatamento ilegal raramente pagas, o Brasil está usando uma nova abordagem para salvar a Amazônia: bloquear o acesso ao crédito para aqueles que fazem derrubadas ilegalmente. E, animadoramente, o sistema parece estar funcionando.
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MATO GROSSO, Brasil. Com multas por desmatamento ilegal raramente pagas, o Brasil está usando uma nova abordagem para salvar a Amazônia: bloquear o acesso ao crédito para aqueles que fazem derrubadas ilegalmente. E, animadoramente, o sistema parece estar funcionando.

“Se você pode ligar alguém que foi acusado de uma infração com o acesso ao crédito, isso pode ser um elemento de dissuasão eficaz”, disse Peter May, cientista trabalhando no Brasil em associação com o Centro Internacional de Pesquisa Florestal. “Essa é uma ferramenta que o Judiciário está usando agora com bastante eficácia, em conjunto com o Conselho Monetário Nacional, para que aqueles que não estão em conformidade com os códigos ambientais não possam ser autorizados a receber crédito (aprovado publicamente).”

Ele disse que no Brasil apenas cerca de 5 em cada 100 pessoas que são multadas por crimes ambientais chegam a pagar.

“As multas podem ser mantidas por décadas antes que você possa realmente forçar alguém a pagar uma multa, se isso acontecer um dia. Então multas não têm sido um elemento eficaz de intimidação. Há cerca de U$ 4,3 bilhões (R $ 6,9 bilhões) em multas não pagas por aí. A imensa maioria não é efetivamente executada”, disse ele.

May disse que juntamente com um judiciário fraco, incapaz de forçar os infratores a pagar as multas, a força policial e os órgãos ambientais têm estado mal equipados e incapazes de efetivamente reprimir o desmatamento ilegal. Ele disse que muitas vezes “eles não têm gasolina para chegar lá (nas florestas) ou não têm um helicóptero ou não têm balas para suas armas para perseguir os criminosos.” E acima de tudo, disse ele, falta vontade política aos tomadores de decisão para instrumentá-los.

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