Olhando para o Sul por experiência em mudanças climáticas para salvar florestas tropicais

São Paulo, Brasil. Lar da maior floresta tropical do mundo, o Brasil está disposto a compartilhar suas experiências em REDD+ com outros países em desenvolvimento ricos em florestas, no que seria um afastamento de um modelo de longa data na partilha de conhecimentos dos países do 'Norte' para os do 'Sul'.
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São Paulo, Brasil. Lar da maior floresta tropical do mundo, o Brasil está disposto a compartilhar suas experiências em REDD+ com outros países em desenvolvimento ricos em florestas, no que seria um afastamento de um modelo de longa data na partilha de conhecimentos dos países do ‘Norte’ para os do ‘Sul’.

“Eu acho que cooperação Sul-Sul é um conceito muito importante, particularmente sobre REDD, que nos remete a uma agenda de desenvolvimento que é muito diferente daquela do mundo desenvolvido, industrializado”, disse Virgilio Viana, diretor-geral da brasileira Fundação Amazonas Sustentável, que administra um dos maiores programas de pagamentos por serviços ambientais do mundo.

REDD+ é um mecanismo global para reduzir as emissões por desmatamento e degradação florestal, bem como para a conservação e gestão sustentável das florestas, e para o aumento dos estoques de carbono florestal. Espera-se que este mecanismo possa oferecer uma das opções mais baratas para cortar as emissões de gases de efeito estufa que causam as mudanças climáticas.

Os comentários de Viana vieram antes da planejada Cúpula das Três Bacias de Florestas Tropicais, em Brazzaville, de 31 de maio a 3 de junho de 2011. O encontro esperava reunir até 500 participantes das três bacias de florestas tropicais (Amazônia, Congo, Bornéu-Mekong), bem como outros especialistas.

“Penso que há uma oportunidade muito interessante para mudar o velho padrão de intercâmbio Norte-Sul”, disse Viana.

Ele disse que o Programa Bolsa Floresta, gerenciado por sua organização, para o pagamento de serviços ambientais e que abrange 10 milhões de hectares da Amazônia, havia sido visitado por especialistas de 30 países, incluindo países da África, Ásia e América Latina.

“Isto é o que me dá confiança para dizer que devemos mudar o conceito Norte-Sul de assistência técnica para outro, mais Sul-Sul”, disse Viana. “Olhando para o futuro de REDD, não só no Brasil, mas também na arena internacional, eu penso que é muito importante colocar uma maior ênfase no intercâmbio de lições aprendidas dentro dos países em desenvolvimento.”

A idéia de uma troca de informações Sul-Sul sobre REDD+ começou em 2007 quando a Indonésia convocou uma reunião de chefes de estado dos países com florestas presentes na Assembléia Geral da ONU em Nova York. Isto levou à criação de um grupo de 11 países com florestas tropicais conhecido como F-11: Brasil, Camarões, Colômbia, Congo, Costa Rica, Gabão, Indonésia, Malásia, Papua Nova Guiné, Peru e República Democrática do Congo.

“A idéia (por trás Bolsa Floresta) era para ter algo que poderia falar com a comunidade internacional e dizer que isso é factível, e que também pudesse falar para a sociedade amazônica para mostrar que isso é uma amostra do que gostaríamos de ter em maior escala no futuro”, disse Viana.

httpv://www.youtube.com/watch?v=zrzRXZl1ZNA

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